Rui Car
13/03/2018 09h17 - Atualizado em 13/03/2018 09h19

Atraso faz dívida por Gerson subir R$ 570 mil. Empresa cobra R$ 4,9 milhões do Flu

Veja detalhes do caso

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O Fluminense virou réu de uma cobrança judicial por não repassar a um investidor percentual da venda de Gerson a Roma, da Itália. No total, a MPI S.à r.l., uma empresa sediada em Luxemburgo, cobra R$ 4,9 milhões.

 

Após a negociação do meia, feita na gestão Peter Siemsen, o Tricolor acertou que repassaria os 12,5%, comprados pelo grupo europeu, em quatro parcelas. Três delas venceram, elevando a dívida (por conta de multa e juros) em R$ 570 mil.

 

 

Gerson deixou o Fluminense em 2016 (Foto: Daniel Ramalho / Agência Estado)Gerson deixou o Fluminense em 2016 (Foto: Daniel Ramalho / Agência Estado)

Gerson deixou o Fluminense em 2016 (Foto: Daniel Ramalho / Agência Estado)

 

Detalhe: o Tricolor antecipou a quantia a ser paga pela Roma. Ou seja, mesmo com o dinheiro da venda, não repassou a parte de quem tinha direito. O GloboEsporte.com, que havia noticiado o calote tricolor em 2017, teve acesso à reclamatória e explica o caso abaixo.

 

A venda

Em 5 de agosto de 2015, Peter anunciou a venda de Gerson ao Roma por 16 milhões de euros (R$ 60 milhões, à época). Pagamento parcelado:

  • 1/9/15 – 2,5 milhões de euros
  • 31/1/16 – 4,5 milhões de euros
  • 31/7/16 – 4,5 milhões de euros
  • 31/12/16 – 4,5 milhões de euros

 

A divisão dos direitos

O Flu tinha 70% dos direitos econômicos de Gerson. A MPI S.à r.l., 22,5%. E a Traffic, 7,5%.

 

O novo parcelamento

Com o atraso na primeira parcela, Flu e Roma repactuaram o pagamento:

  • 14/10/2015 – 1,5 mihões de euros
  • 31/1/16 – 5,5 milhões de euros
  • 31/7/16 – 4,5 milhões de euros
  • 31/12/16 – 4,5 milhões de euros

 

A antecipação

Após parte do pagamento, o Flu antecipou o restante na XXIII Capital, uma instituição financeira inglesa. O balanço financeiro tricolor de 2016 indicou que R$ 43.035.000,00 foram adiantados.

 

 (Foto: Reprodução) (Foto: Reprodução)

(Foto: Reprodução)

 

A MPI e um sócio

A MPI comprou 22,5% de Gerson em duas operações, datadas de junho e setembro de 2013. Em 4 de janeiro de 2016, a empresa cedeu 10% a um outro empresário.

 

O acordo para o repasse

O Flu e a MPI, então, acertaram a seguinte forma de pagamento dos 12,5% da empresa:

  • 07/02/2017 – R$ 745.208,47
  • 07/08/17 – € 453.652,00 (R$ 1.665.175,03)*
  • 20/12/2017 – € 510.358,50 (R$ 2.000.656,36)*
  • 07/07/2018 – € 578.406,30 (R$ 2.322.474,82)**

* A conversão foi feita com a taxa de câmbio da data de vencimento de cada parcela.
** A conversão foi feita com a taxa de câmbio de 12/03/2018. 

 

Acordo estabelece condições em caso de atraso (Foto: Reprodução)Acordo estabelece condições em caso de atraso (Foto: Reprodução)

Acordo estabelece condições em caso de atraso (Foto: Reprodução)

 

Multa e juros

As três parcelas devidas totalizavam R$ 4.411.039,48. Com multa e juros, o valor foi a R$ 4.981.713,36. Um acréscimo de R$ 570.673,88.

 

Ação na Justiça

Sem receber as primeiras três parcelas, a empresa entrou na Justiça do Rio em 16 de fevereiro de 2018. Esta informação inicialmente foi publicada pelo site Explosão Tricolor. O Flu ainda não foi notificado pois a parte autora não pagou todas as taxas judiciárias. Recebeu prazo conforme a decisão abaixo.

 

 (Foto: Reprodução) (Foto: Reprodução)

(Foto: Reprodução)

 

Outros investidores

A Traffic fez um acordo com o Flu para receber a sua parte. Pelo combinado, receberia percentuais das vendas do lateral Ailton e do meia Eduardo ao Estoril, de Portugal. A empresa ainda tem a receber do Tricolor, mas não ingressou com ação na Justiça.

 

E o Flu?

O Fluminense ainda não foi citado oficialmente do processo. Tem conhecimento e aguarda o trâmite para tomar providências.

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