Rui Car
22/05/2017 10h45 - Atualizado em 22/05/2017 08h24

Viver perto dos avós pode aumentar o risco de obesidade infantil

Você concorda?

Assistência Familiar Alto Vale
Yahoo

Yahoo

Delta Ativa

Muitos de nós temos lembranças carinhosas da comidinha das nossas avós, em parte pelos sabores, e em parte, talvez, porque elas costumavam nos oferecer doces deliciosos. Parece exagero dizer que esta pode ser uma possível causa da obesidade infantil, mas um estudo sugere que sim.

 

Pesquisadores da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, analisaram a região de Guangzhou, no sul da China. Um estudo anterior havia concluído que, nas áreas urbanas, o índice de obesidade entre as crianças residentes era maior do que entre os migrantes que haviam chegado de regiões rurais.

 

Além disso, as crianças originárias das áreas urbanas tinham uma probabilidade maior de ter sobrepeso do que aquelas que haviam migrado. A este respeito, os cientistas ressaltaram que, nesta região chinesa, os avós costumam ter a tarefa de cuidar dos netos.

 

Para este novo estudo, os pesquisadores focaram comunidades locais e migrantes das regiões urbanas, e exploraram as diferenças entre as causas de obesidade entre elas.

 

Para tanto, entrevistaram pais, professores e avós de crianças locais e migrantes.

 

Entre os resultados, publicados na revista PLOS One, eles descobriram que as crianças migrantes costumam ter menos acesso ao fast food nas cidades, em parte porque costumam pegar o ônibus para ir e voltar da escola.

 

As crianças locais costumam comprar comida em barraquinhas de rua. Também é comum que recebam lanchinhos pouco saudáveis de seus avós, que vão buscá-los depois das aulas.

 

Os pesquisadores ressaltaram que as crianças migrantes costumam ter uma pressão acadêmica menor. Isso permite que elas brinquem mais, fazendo assim mais atividade física, e prevenindo o sobrepeso.

 

Com isso, e comparando as populações rurais e urbanas, os pesquisadores sugerem que as crianças que vivem perto de seus avós têm uma probabilidade maior de serem obesas.

 

No entanto, apesar da obesidade ser mais comum nas crianças originárias de centros urbanos do que nas migrantes, esta situação poderia mudar.

 

As crianças migrantes correm o risco de desenvolver a obesidade num futuro próximo, devido à falta de supervisão dos pais, o que lhes daria a possibilidade de ingerir mais fast food e alimentos pouco saudáveis.

 

Os responsáveis pelo estudo afirmam que os resultados são importantes para a saúde das crianças, principalmente considerando os números crescentes da obesidade infantil no mundo. Eles insistem que é importante entender as percepções dos pais, avós e professores sobre as causas deste problema, para que seja possível tomar ações preventivas.

 

Qual é o reflexo disso?

Embora o estudo tenha sido realizado na China, em todo o mundo aumentam cada vez mais as migrações das regiões rurais para as urbanas. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, em 2014, 54% da população vivia em zonas urbanas. A tendência é de que nos próximos anos este número continue aumentando de forma significativa.

 

Já a OCDE registrou que em 2015 4,8 milhões de pessoas emigraram.

 

Além disso, de acordo com a OMS, o número de crianças obesas entre 0 e 5 anos, aumentou de 32 milhões em 1990, para 42 milhões em 2013. Neste ritmo, estima-se que em 2025 sejam 70 milhões. É nos países com menor poder econômico que a epidemia parece ser maior, alcançando até 30% desta população vulnerável.

 

Não podemos nos esquecer de que a obesidade infantil representa riscos para a saúde, como doenças cardiovasculares, diabetes, problemas nas articulações e alguns tipos de câncer. Por isso, é fundamental tomar medidas hoje para evitar uma população doente no futuro.

 

Você concorda que a obesidade infantil pode crescer se os avós cuidarem das crianças?

 

 

@travesabarros

Maribel Barros

Yahoo Vida y Estilo

Justen Celulares