Rui Car
08/11/2018 09h55 - Atualizado em 08/11/2018 08h57

Trans-idade: Empresário de 69 anos entra na justiça para ter 20 anos a menos

Holandês afirma que objetivo seria adequar o registro ao que ele “sente” em seu interior

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Emile Ratelband é um empresário conhecido na Holanda. Palestrante motivacional, ele dá palestras sobre “positividade”. Agora, ele quer ser reconhecido como um homem 20 anos mais jovem, embora sua certidão de identidade afirme que ele tem 69.

 

Munido de um exame médico, que comprovaria sua “idade biológica” compatível com alguém de 45 anos, Ratelband entrou com um processo judicial para que sua documentação seja alterada. O objetivo de baixar pelo menos duas décadas na documentação seria “conseguir mais trabalho e atrair mais mulheres”.

 

“As pessoas transexuais agora podem ter seu gênero alterado em sua certidão de nascimento e, no mesmo espírito, deve haver espaço para uma mudança de idade”, argumenta. Como teve o primeiro pedido negado por um cartório local, resolveu recorrer ao tribunal da província holandesa de Gelderland.

 

À imprensa ele contou que nasceu em 11 de março de 1949, mas diz que se sente pelo menos 20 anos mais novo. Sendo assim, quer mudar sua data de nascimento para 11 de março de 1969. Ele exibe o “check up” feito recentemente, que serviria como sua maior “testemunha”.

 

“Quando lembro que tenho 69 anos, sinto-me limitado. Se tenho 49 anos, posso comprar uma casa nova, dirigir um carro diferente. Eu posso pegar mais trabalho. Se uso o Tinder e digo que tenho 69 anos, não recebo uma resposta. Quando tiver 49 anos, com o rosto que tenho, ficará mais fácil”, discursa.

 

Ratelband diz ainda sofrer “discriminação” por causa de sua idade. Ele reclama que as empresas não querem contratar alguém com a idade de um aposentado. Acredita ainda que a mudança seria uma boa notícia para o governo, já que ele estaria renunciando ao dinheiro que recebe de aposentadoria.

 

O juiz que recebeu o processo disse entender o pedido de Ratelband, já que agora as pessoas poderiam mudar seu gênero, o que seria impensável antigamente. Contudo, vê problemas práticos em permitir que as pessoas mudassem sua data de nascimento e isso significaria excluir legalmente parte de suas vidas. O veredito deve sair dentro de quatro semanas.

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