Rui Car
19/04/2017 09h39

Record se mantém em sua zona de conforto

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A máxima diz que em time que está ganhando não se mexe. E a Record leva o ditado mais a sério do que as passagens bíblicas de seus folhetins. “O Rico e Lázaro” é a terceira novela religiosa da emissora e a sensação é de um intenso “déjà vu”. O problema não é a temática – neste ponto, a emissora consegue criar roteiros distintos quando não exagera nas “barrigas”. A familiaridade está nos cenários, figurinos e até mesmo nos atores. O elenco enxuto de nomes de peso obriga os autores e diretores a sempre repetirem as participações da trama anterior.

 

Depois do estranhamento inicial e da sensação de já ter assistido àquilo, outros fatores também incomodam em “O Rico e Lázaro”. Dudu Azevedo e Igor Rickli não convencem na pele dos protagonistas Asher e Zac. O primeiro, apesar da vestimenta de guerreiro, parece estar pronto para pegar uma prancha e marchar para o mar de Ipanema, praia da Zona Sul carioca. Já Rickli passa sufoco em um papel que deveria ser dúbio.

 

O excesso de caras e bocas evidenciam o caráter canastrão do personagem. Milena Toscano, que interpreta a doce Joana e o terceiro vértice do triângulo amoroso, não compromete. Pelo contrário, ela dá um pouco de suavidade quando contracena com seus pares.

 

Há pouco mais de um mês no ar, “O Rico e Lázaro” tem tempo para se tornar um sucesso como suas antecessoras – principalmente porque acaba de ser espichada em 15 capítulos pelo atraso na produção do próximo folhetim, “O Apocalipse”. Mudanças e reviravoltas serão necessárias neste período, porque o folhetim tem ficado abaixo da média de audiência de suas antecessoras.

 

 

Folha de Pernambuco

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