Rui Car
23/05/2017 17h10 - Atualizado em 23/05/2017 13h57

Quando a cafeína pode se tornar mortal?

Tudo depende da dose ingerida

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Nesta semana a Internet ficou chocada com a história da morte de Davis Allen Cripe, de 16 anos. De acordo com o laudo do legista, após beber um refrigerante, um café e um energético, num curto período de tempo, Cripe sofreu alteração no ritmo cardíaco, que acabou custando a sua vida. A causa da morte foi definida oficialmente como um “evento cardíaco induzido pela cafeína.” Mas o que isso realmente significa? E como a cafeína – uma substância que muitos de nós consumimos diariamente – pode ser tão perigosa?

 

Tudo depende da dose ingerida. A maioria das pessoas se sente bem com a cafeína presente em três ou quatro xícaras de café. No entanto, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) recomenda que nos mantenhamos abaixo deste limite, que soma cerca de 400mg de cafeína, segundo a Mayo Clinic.

 

Com doses maiores de cafeína, os efeitos colaterais se tornam mais notáveis. Se você decidir tomar mais um café expresso, por exemplo, pode sentir um aumento da frequência cardíaca, sensação de irritabilidade e incapacidade de relaxar. Você também pode ter dificuldade para pegar no sono.

 

Em geral, o nível no qual a cafeína se torna tóxica, é quando você ingere 10 gramas (o equivalente a entre 50 e 100 xícaras de café fresco, dependendo da intensidade). Apesar disso, conforme o site PopSci explica, o problema é que o limite exato de cafeína para você depende do seu peso e da forma como você a está ingerindo (por exemplo, em um frappuccino do Starbucks ou em uma lata de energético). O fator do peso faz sentido – é similar à forma como a mesma quantidade de bebida alcoólica pode fazer com que pessoas de pesos diferentes sintam efeitos distintos em relação à embriaguez. Se você está se perguntando por que a maneira como a cafeína é consumida importa, saiba que este aspecto tem a ver com o nível de diluição da mesma (mais água significa que ela estará mais diluída, e você precisará beber mais para ficar completamente cafeinado) e com o que mais pode estar escondido naquela bebida específica, que pode conter outros estimulantes ou até álcool.

 

Portanto, a quantidade de bebidas cafeinadas que se torna perigosa, no seu caso específico, pode ser maior ou menor do que a dos seus amigos. Além disso, beber grandes quantidades de cafeína junto com o álcool ou com uma frequência cardíaca já elevada (como após uma sessão de exercícios, por exemplo), aumenta as suas chances de ter problemas. E se você sabe que tem alguma doença cardíaca, provavelmente já teve uma conversa sobre o consumo de cafeína com o seu médico. (De acordo com o laudo do legista, Cripe não tinha doenças cardíacas).

 

As mortes relacionadas à cafeína são, obviamente, muito raras, mas isso não significa que você não deva tentar monitorar a quantidade que está ingerindo. Esta nem sempre é uma tarefa fácil: a intensidade do café pode variar dependendo de quem o fez, os refrigerantes servidos em restaurantes obviamente não mostram o teor de cafeína presente no copo, e honestamente, quem lê aquelas palavras minúsculas impressas nas latas de bebidas energéticas?

 

É isso que torna a história de Cripe uma lembrança tão trágica dos conselhos baseados no bom senso, que muitos de nós esquecemos todos os dias: fique atento à quantidade de cafeína que você está consumindo e dê uma chance para que ela atue antes de ingerir uma segunda dose.

 

 

Sarah Jacoby

Refinery 29 UK

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