Rui Car
21/10/2019 10h45 - Atualizado em 21/10/2019 08h49

“O laudo de câncer não é o fim”, diz curitibano que marcou data do casamento dias após diagnóstico da namorada

Ele não hesitou em estar ao lado de sua amada para ajudá-la naquele momento de dificuldade

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Quando Jean Robson Lima, de 37 anos, e Marleide da Silva, de 41, completaram três meses de namoro e faziam muitos planos juntos, uma notícia abalou a vida do casal. Morando em Curitiba, longe da família que está em João Pessoa, na Paraíba, a secretária foi diagnosticada com um câncer no abdômen.

 

Mas, mesmo antes das 25 sessões de radioterapia previstas para o tratamento, Jean a surpreendeu com um pedido. Sem hesitar, ele manteve o compromisso firmado no namoro e decidiu pedir a amada em casamento, no Hospital Erasto Gaertner, onde ela iniciaria o tratamento.

 

A cerimônia foi marcada para pouco tempo depois. “Um dia antes do casamento, ela estava de cadeira de rodas no shopping procurando o vestido que ela tanto sonhou”, conta Jean emocionado, ao Sempre Família.

 

Em tempos em que a maioria das relações são superficiais, o exemplo desse casal mostra que o amor verdadeiro é possível. “Precisamos acreditar que o laudo de câncer não é o fim”, completa ele, que conheceu a esposa em um encontro da igreja.

 

Uma luta a dois

Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal

A batalha contra esse câncer – chamado lipossarcoma de retroperitônio – foi vencida, porque Marleide contou com a ajuda do marido em todas as etapas. Sozinha em Curitiba, ela poderia ter atravessado esse momento sem ninguém ao lado, mas Jean não poupou esforços para ver a amada melhor a cada dia. “Nesse tempo todo, assumi as tarefas de casa, fazia comida, fazia os curativos necessários e até ajudava ela no banho”, lembra.

 

Após a primeira cirurgia, que durou 10 horas, mais um susto: segundo os médicos, Marleide poderia haver sequelas graves. “O médico me informou que talvez ela não conseguisse andar mais. Mas, graças a Deus, isso não aconteceu”, lembrou Jean. “Na sequência, ela fez radioterapia e ficou curada. A fé da Marleide sempre foi inabalável e só aguardamos o milagre acontecer”, enaltece Jean.

 

Depois de algumas sessões, o grande dia chegou e mesmo sem perspectivas de um final feliz, o casal continuou unido e os preparativos para a festa começaram. “Tudo foi organizado rapidamente em dois dias. Nos casamos no salão de festas do condomínio da minha mãe”, recorda. A cerimônia seguiu o protocolo convencional e foi toda adaptada para o maior conforto da noiva. “Ficamos em duas poltronas, porque ela estava bem fraca e perdeu muito peso por causa do efeito do tratamento”, recorda o curitibano.

 

Mais um capítulo de superação

Os dois se casaram em 27 de novembro de 2014. Cinco anos se passaram e o câncer, vilão que tentou roubar a cena desse romance voltou, mas não tirou as esperanças de Jean e Marleide. “Ela já fez uma nova cirurgia e está fazendo radioterapia”, diz o marido sobre o novo diagnóstico de câncer detectado próximo à bexiga dela.

 

Agora a história de amor do casal ganhou um novo capítulo de superação. “A Mari nunca ficou desesperada. Na realidade ela sempre confortava todos que a visitavam. Os amigos da igreja e a família foram fundamentais para que o fim fosse a vitória. Desta vez, não será diferente”, espera Jean.

 

Aqueles que amam incondicionalmente superam qualquer adversidade juntos. Para Marleide, Jean foi um verdadeiro parceiro. Não a abandonou em momento nenhum. “Como ela mesmo diz: sou o enfermeiro, médico, fisioterapeuta, amigo e principalmente o marido dela”, diz Jean.

 

“Antes de encontrar a Mari, enfrentei o momento mais difícil da minha vida, porque perdi um filho para outra doença. Além disso, estava desempregado”, comenta. “Muitas pessoas me criticaram, porque não entendiam como eu passaria tudo de novo. Mas em momento algum pensei em deixa-la. Eu sempre tive muita fé que ela ficaria bem”, conclui.

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