Rui Car
18/06/2019 16h10 - Atualizado em 18/06/2019 14h46

Mulheres se reinventam e mudam o rumo profissional após a maternidade

Conheça a história de mães que decidiram abrir seu próprio negócio

Assistência Familiar Alto Vale
Portal Sempre Família

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A maternidade é um momento intenso de transformações na vida da nova família que se forma. Para as mães, as mudanças são ainda mais profundas e as levam, inclusive, a repensar a vida como um todo. Foi o que aconteceu com Simone Galbier, 29. Graduada em administração, com a carreira em ascensão na área de coprocessamento e sustentabilidade, tudo mudou após se tornar mãe há dois anos.

 

De um lado, o emprego estável em uma ótima empresa e uma vida financeira tranquila. Do outro, a pequena Helena. “Ela criou uma nova pessoa dentro de mim. Antes eu pensava em colocá-la na escola assim que voltasse da licença-maternidade”, conta. “Mas durante a convivência com ela, li muito sobre o afeto dos filhos. Então percebi o quanto minhas decisões fariam a diferença na vida daquele bebê que eu amava de doer o coração”, lembra.

 

Simone começou a procurar alternativas para ficar perto da filha sem sobrecarregar o marido financeiramente e surgiu o Mamãe Urso Café, no bairro Tarumã, em Curitiba. A ideia apareceu ao passar as tardes em uma cafeteria durante a licença-maternidade. E a vontade de ter um espaço voltado para pais e filhos foi reforçada depois de ser obrigada a trocar Helena em cima de um balcão de carnes, devido à ausência de fraldário em uma panificadora.

 

Mas tomar esta decisão não foi fácil – além dos amigos e de alguns familiares acharem uma loucura deixar o emprego, a administradora teve que ressignificar seus próprios conceitos. Para ela, foi difícil pensar que, após estudar a vida toda e construir uma carreira, iria largar tudo. Mas com o apoio do marido, ela seguiu com a ideia. “Ele sabia que a Helena era o foco e abraçou a causa junto comigo e me ajudou muito”, afirma. Realizada com seu próprio negócio e perto da filha, Simone busca proporcionar um ambiente acolhedor para seus clientes. No futuro, a empresária pretende levar o seu “Pedacinho de casa com cheirinho de café” para outros bairros e cidades.

 

Ser mãe também mudou os rumos de vida da publicitária Grasiela Camargo, que mora no Rio de Janeiro. Após ficar desempregada ela decidiu investir no sonho da filha, que é apaixonada por teatro, e surgiu o Clubinho. O site de bilheteria digital é especializado em programas infantis e oferece descontos de até 81% em atrações por todo país. O objetivo de oferecer eventos de qualidade com preço justo para toda família já atraiu mais de 28 mil clientes em sete anos.

 

Outro exemplo de reinvenção é o da nutricionista Marianna Lima, que não voltou ao trabalho na área da saúde pública após a licença-maternidade e investiu no seu negócio próprio. Ela viu nas mudanças do corpo após a gravidez uma oportunidade para empreender e criou a Amor de Leite. A marca se dedica às mães que buscam lingeries bonitas, confortáveis e práticas para amamentar. Com dois anos de mercado, a Amor de Leite atende gestantes e puérperas de todo o Brasil com a venda de produtos como sutiãs e roupas para amamentação.

 

Consultora orienta a testar o produto ou serviço antes de apostar tudo no negócio

A consultora do Sebrae-PR Márcia Giubertoni explica que muitas vezes as atividades profissionais não permitem que as mães dediquem o tempo que gostariam aos seus filhos e empreender é uma das alternativas para ficar mais perto da família. Com o mundo digital e as mídias sociais, novas oportunidades surgiram com horários flexíveis, pequenos investimentos e até com a possibilidade de trabalhar em casa.

 

Para ter seu próprio negócio, Márcia orienta pensar em algo que a mãe já faz e que possa ser uma oportunidade ou pesquisar sobre as tendências de consumo. Se não tiver segurança e estiver com medo de arriscar, a consultora aconselha buscar informações em locais como um coworking, na associação comercial do seu município ou no próprio Sebrae. Outra sugestão da especialista é testar a ideia em pequenas versões que exijam o mínimo de recursos. “Assim é possível verificar a aceitação do produto ou serviço, fazer melhorias, corrigir o projeto até chegar ao resultado final e de fato abrir o negócio”, destaca.

 

Para quem pensa em ter seu próprio empreendimento, mas não sabe nem por onde começar, Márcia indica participar do Start, seminário realizado pelo Sebrae-PR. O evento abrange conteúdos como tendências de consumo e validação de ideias, além de proporcionar mentoria com empresários. Mais informações no site http://www.sebraepr.com.br/.

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