Rui Car
18/08/2017 15h10 - Atualizado em 18/08/2017 13h45

Malafaia diz a Doria e Alckmin que, se apoiarem ideologia de gênero, serão rejeitados por evangélicos

“Não negociamos princípios”

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O governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria (ambos do PSDB) ouviram um recado claro durante a abertura da Expocristã 2017: se apoiarem a ideologia de gênero, serão execrados pelos eleitores evangélicos. O mensageiro foi um dos líderes com menos papas na língua: pastor Silas Malafaia.

 

“Não negociamos nossos valores. Quem apoiar ideologia de gênero, segue seu caminho”, disse Malafaia aos dois políticos, considerados favoritos a receberem a indicação do PSDB para a disputa das eleições presidenciais em 2018. “Nós, como maioria, vamos nos fazer prevalecer. Nossos princípios são inegociáveis”, reiterou o pastor.

 

Como sempre, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) pontuou que o Estado brasileiro é laico, mas “não laicista”, o que significa que os três poderes não combatem as religiões, mas sim, protegem o direito dos cidadãos de praticar suas crenças e lutar por elas.

 

Falando especificamente sobre a ideologia de gênero, Silas Malafaia destacou que as pessoas pertencem ao “gênero humano”, e que a doutrinação sobre transição de identidades pregada por ativistas e grande mídia “é uma das maiores engenharias do diabo para destruir a família e os valores cristãos da sociedade”.

 

De acordo com informações dos grandes veículos de informação – como Estadão, Uol e G1 – Malafaia reforçou a oposição dos evangélicos à ideologia de gênero explicando como funciona a visão cristã em relação ao apoio às autoridades, que é ensinada pela Bíblia: “Nós entendemos que a autoridade é da vontade permissiva de Deus. Nós oramos até pela Dilma, gostando ou não quem estava lá era ela”, afirmou, citando I Timóteo 2:1-2.

 

O pastor foi além em seu discurso, demonstrando como é relevante, para os cristãos, a intercessão pelas autoridades com o exemplo do povo hebreu, quando estava cativo na Babilônia, mas eram instruídos a pedir o favor divino sobre os governantes: “Orem ao Senhor em favor dela, porque a paz de vocês depende da paz dela (Jeremias 29:7)”.

 

Diante disso, Malafaia voltou ao ponto de partida de seu raciocínio: “Quem quiser seguir seu caminho e ‘fazer graça’ para o politicamente correto — apoiando aborto, casamento gay, ideologia de gênero e liberação de drogas — vai embora. Não vamos entrar nessa furada de jeito nenhum”, afirmou.

 

União

Os dois possíveis candidatos a presidente também receberam a palavra e não fugiram do contexto abordado por Malafaia, embora não tenham falado abertamente sobre o assunto. O governador afirmou que “casa desunida não caminha”, e por isso, é importante a preservação de valores.

 

“Nós precisamos nos inspirar na Igreja. Nos momentos conturbados, a Igreja é o porto seguro dos valores cristãos. [É preciso] deixar essa divisão de nós contra eles para se unir entorno de valores. Uma casa dividida não caminha. E com essa união das igrejas em torno de valores tenho certeza de que ela vai inspirar o Brasil para que a gente possa avançar e melhorar ainda mais”, disse Geraldo Alckmin.

 

Já o prefeito paulistano João Doria observou que o “bem sempre vai prevalecer sobre o mal”, e defendeu a fé como uma ferramenta de combate às drogas, reiterando que “feliz é a nação que tem Deus no coração”.

 

Preferência

Um dia depois de dizer que ainda não escolheu quem apoiará nas eleições 2018, Malafaia foi questionado pelos repórteres presentes sobre suas preferências entre Alckmin e Doria, e o pastor não se fez de desentendido: “Eu já manifestei que tenho apreciação [por Doria]. Agora tem que ver como eles vão se posicionar”, disse.

 

O pastor Jabes de Alencar, amigo pessoal do governador Geraldo Alckmin, afirmou que apoiará qualquer um dos dois, desde que eles não se distanciem dos valores cristãos: “Não abrimos mão de alguém que venha ser candidato e que tenha o nosso apoio e que tenha os princípios cristãos. Nós apoiamos os dois”, finalizou.

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