Rui Car
21/03/2019 14h10 - Atualizado em 21/03/2019 10h39

Ponte em Taió ainda aguarda revitalização

Ainda não há data nem recursos para obra

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Pouco mais de um ano do tombamento da Ponte Roberto Machado, um dos principais patrimônios históricos de Taió, a revitalização ainda não tem data para ser realizada e nem mesmo os recursos necessários para a execução da obra. Enquanto isso, os materiais vão se deteriorando com o tempo e colocam em risco décadas de história.

 

 

O levantamento com as informações necessárias para a realização do projeto de revitalização da ponte já foi concluído. Já, o projeto em si, deve ser entregue na primeira quinzena de abril incluindo os orçamentos para execução, sendo que o valor ainda será pleiteados pela Prefeitura.

 

O especialista em projetos de História da Arquitetura e Desenho Técnico, professor Frank Dieter Schulze, que é o responsável pelo levantamento e também execução do projeto, disse que na última semana terminou de juntar todo o material do levantamento, e que houve demora no processo por problemas internos. “Nós terminamos na última semana, porque houve muito problema na fase de levantamento da estrutura e aí nós tivemos que juntar todo o material e então eu e mais um grupo de estudantes do Curso de Arquitetura fomos lá, terminamos o levantamento e agora eu contratei um estagiário no meu próprio escritório que está cuidando somente disso”.

 

Schulze disse ainda que a partir de agora, o escritório vai trabalhar no projeto arquitetônico e depois um profissional da prefeitura de Taió fará o estrutural. “Agora nós vamos começar a trabalhar no projeto, então eu acredito que entre 15 e 20 de abril eu já consiga fazer a entrega deste projeto para a prefeitura. Este é o projeto arquitetônico e a prefeitura trabalha com o projeto estrutural”.

 

Depois que os dois projetos estiverem prontos, o orçamento necessário para a revitalização será informado e a prefeitura poderá ir em busca dos recursos para o investimento. “O projeto vai detalhar o quantitativo de materiais e o custo de execução da obra e tendo esses dois prontos, o prefeito já vai poder buscar recursos para revitalizar”, finalizou Schulze.

 

A assessoria de comunicação da Prefeitura de Taió informou que a ponte segue sem ser revitalizada e que sem o projeto em mãos não há como precisar o valor para a execução, mas que a engenheira havia passado um valor inicial para a obra (em 2018) na ordem de R$ 1,5 milhão, que hoje estaria custando cerca de R$ 2 milhões, o que representaria um “valor muito alto para que o Município abra mão” e que “esse valor em infraestrutura de ruas representa muito. O ideal seria vir recursos via Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]”.

 

Sobre o tombamento

O processo de tombamento da ponte já vinha sendo estudado e incentivado ao Executivo pela Câmara Técnica do Turismo pelos professores Fiorelo Zanella, Carolina Marchiori e Frank Dieter Schulze, pela secretária Executiva do Programa de Desenvolvimento Econômico Local, Marina do Nascimento, pela diretora do Museu Paleo-Arqueológico e Histórico Prefeito Bertoldo Jacobsen, Marina Peicher, além de muitos voluntários. Várias reuniões e conversas sobre o assunto foram tratadas desde o último ano, e resultaram no tombamento do patrimônio histórico municipal em fevereiro de 2018.

 

Hoje Taió conta com mais um patrimônio tombado que é a Casa da Cultura Adele Glatz, localizada na rua José Schweitzer, no bairro Seminário, mas atualmente não possui ainda nenhum projeto de revitalização.

 

Ponte Roberto Machado

A Ponte Roberto Machado foi concluída e inaugurada no ano de 1953. Recebeu este nome em homenagem ao então prefeito de Rio do Sul, município que Taió pertenceu até 30 de dezembro de 1948. Na época, a ponte ligava o município de Taió à Ribeirão Grande, que atualmente é o município de Salete. Ela foi construída com treliças e madeiras nobres. Existem apenas mais duas nesse estilo em Santa Catarina: uma na localidade de Encano em Indaial e outra em Joinville na localidade Estrada do Queriri.

 

Com o tempo, a estrutura não resistiu ao crescente fluxo de veículos e começou a ruir. Uma das cabeceiras cedeu e a outra foi desmontada em 1994. Hoje somente a parte central permanece.

 

O projeto quer trazer para o espaço também a realização de eventos, feiras, venda de artesanatos, mercado das pulgas, exposições, lançamentos de livros, e ensaios fotográficos. Também a inclusão de uma lanchonete/quiosque na parte externa e a adequação de acesso à ponte com inclusão de ciclovia. Atualmente a ponte Roberto Machado está desativada.

 

 

Por: Elisiane Maciel – Jornal Diário do Alto Vale

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