“Ainda ia salvar, mas o fogo já estava em cima, não dava mais. Não dava”, lamentava Ralf Lach, avô das três crianças que morreram em um incêndio em Pomerode na manhã desta sexta-feira (24). A mãe, os avós e pai das crianças tentaram salvá-los, mas não conseguiram.
No local, só é possível reconhecer as roupas da família e alguns eletrodomésticos no meio dos escombros que sobraram da casa. Os três filhos de Renato Lach estavam no quarto e não conseguiram fugir do fogo. “Estava lá na casa do meu primo. Eu estava para chamá-los para vir trabalhar. Quando meu pai chamou, já estava queimando tudo”, lamentou.
A casa fica no interior do município, a cerca de 14 quilômetros do Centro. Camila de 3 anos, Bruno, de 2, e Rafaela, de 4 meses, estavam juntos. As fotos das crianças se foram no incêndio. Na casa, eram dois cômodos: o quarto e a cozinha. Os avós moram do lado. Eles chegaram a tomar café com a neta mais velha logo cedo.
Mais tarde, a avó, Traudi Lach, ouviu o grito de uma das crianças. “Eu queria entrar, mas me queimou todo o cabelo. Os braços também queimaram e ela [mãe] queimou mais ainda”.A mãe teve queimaduras na mão e precisou ser levada ao hospital.
Os bombeiros ainda tentam descobrir as causas do incêndio. “Nós recolhemos o que sobrou dos materiais eletroeletrônicos para analisar um eventual traço de fusão, algum funcionamento irregular de equipamento. Porém, existe uma outra hipótese, que é bastante provável também. Que é de que as crianças estariam brincando com isqueiro ou algo do tipo”, disse o primeiro-tenente Rodrigo Basílio.
O casal já havia perdido um filho, gêmeo do menino que morreu, há pouco mais de um ano. O filho mais velho, de 12 anos, estava na escola quando ocorreu o incêndio. O velório das crianças deve ocorrer na Igreja Evangélica do testo Central a partir das 10h deste sábado (25).