Rui Car
09/12/2019 12h30 - Atualizado em 09/12/2019 09h03

Jorge Jesus deixa a entender que ficará no Flamengo ao projetar time para 2020

"Ganhar a Libertadores é tão importante como ganhar a Champions"

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Jorge Jesus está montando o Flamengo para a temporada 2020. Foi o que ele afirmou em entrevista ao jornal português A BOLA, publicada no jornal europeu neste domingoO contrato do treinador com o clube carioca vai até maio do próximo ano, quando Jesus pretende voltar a Portugal. A permanência do treinador ainda era uma dúvida, mas o técnico garantiu que já prepara a equipe para o Campeonato Carioca.

 

— Há uma cláusula no contrato que permite que eu e o Flamengo nos separemos, por vontade de cada uma das partes, já no final deste ano. A verdade é que temos contrato até maio, e não há nada que se possa especular agora. Já estou preparando a pré-temporada do Carioca. A previsão é retornar ao Rio no fim de janeiro — afirmou ele, ao jornal.

 

 

Em poucos meses de trabalho à frente do Flamengo, Jesus foi peça importante dentro de uma campanha histórica do time, marcada por recordes coletivos e individuais e dois títulos. Na entrevista ao jornal, Jesus comparou a conquista da Libertadores com a da Champions, a Liga dos Campeões da UEFA. Ainda segundo o técnico, o time do Benfica das temporadas de 2009 e 2010 e o Flamengo foram as melhores equipes que o treinador já comandou durante a carreira.

 

— Ganhar a Libertadores é tão importante como ganhar a Champions. O Flamengo me deu dimensão mundial. Talvez as duas melhores equipes… talvez não!… tenho a certeza, foram as duas melhores equipes que treinei, este time do Flamengo e a minha primeira equipe no Benfica. Estava consciente de que o Brasil poderia me proporcionar a conquista da Libertadores — garantiu Jorge Jesus.

 

Ele também deixou claro que não tem interesse em treinar um time do futebol inglês, que se sente seduzido pelo futebol espanhol e que poderia ir para a China caso o fator de decisão fosse financeiro.

 

— Uma carreira no futebol pode ser definida por razões financeiras ou desportivas. Eu sempre defini a minha por razões desportivas. Neste momento, posso definir minha carreira sem quaisquer problemas e iria para um país que me oferecesse financeiramente aquilo que mais ninguém pode oferecer — afirmando na sequência que se referia à China: — Sim, só pode ser, não é? Ou então continuo olhando para o componente desportivo, que é, e sempre foi, o que mais me interessa.

 

Durante a entrevista, o português comparou taticamente os dois times:

 

— No meu primeiro ano no Benfica, em 2009/2010, eu tinha uma equipe muito parecida com esta do Flamengo, com jogadores com características muito parecidas. Naquele Benfica, o nosso Gabigol era o ponta de lança da seleção do Paraguai, o Oscar Cardozo; o nosso segundo atacante era o Saviola; o jogador que jogava pela esquerda era o Dí Maria, pela direita o Ramires, e tínhamos ainda um segundo volante chamado Pablo Aimar, que foi o melhor jogador que eu treinei.

 

Capa do jornal português A BOLA deste domingo

 
Capa do jornal português A BOLA deste domingo Foto: Reprodução

 

Jesus também voltou a criticar a saída do técnico Mano Menezes, que comandou o Palmeiras por 20 partidas e foi demitido após a derrota para o Flamengo, na 36ª rodada do Brasileirão. Segundo o treinador campeão da Libertadores, as perdas de título com o Benfica em 2012 e 2013 não causou sua demissão, o que ele considera fundamental para que o time português levantasse taças nos anos seguintes.

 

— Após a pressão de perder as competições, o presidente não deixou eu sair e o Benfica ganhou tudo o que havia para ganhar! Por quê? Porque o Benfica tinha uma estrutura que sabia que, mesmo tendo perdido, estávamos mais próximos de vencer. Claro que pode haver momentos em que os clubes precisam mudar, mas, na minha opinião, não é a mudar de treinador a três rodadas do fim de um campeonato que um clube pode ganhar alguma vantagem. É minha opinião.

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