Rui Car
21/06/2018 08h58

Ponto fraco? Bola aérea é origem de quase todos os (poucos) gols sofridos pelo Brasil

Com Tite no comando, desde junho de 2016, equipe foi vazada apenas seis vezes em 22 partidas

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A seleção brasileira de Tite sofre poucos gols. Foram seis em 22 partidas desde que o técnico assumiu o trabalho, há dois anos. Uma média a se comemorar, de apenas 0,27 gol por jogo. Mas há um ponto em comum entre eles que requer atenção: quase todos foram frutos de bolas aéreas.

 

A única exceção foi o gol marcado por Cavani em março de 2017, na vitória por 4 a 1 sobre o Uruguai, em Montevidéu. O atacante balançou a rede de Alisson em uma cobrança de pênalti.

 

Todos os outros cinco gols sofridos tiveram em cruzamentos para a área sua origem. Foi assim nos jogos de ida e volta das Eliminatórias contra Colômbia, em amistosos contra Argentina – a única derrota da campanha até aqui – e Japão, e na estreia da Copa do Mundo, contra a Suíça.

 

 

O gol do time europeu não entra na conta de Tite, porém. Questionado ao final do jogo no domingo sobre uma possível falha no sistema de marcação por zona, em que os jogadores ocupam espaços pré-determinados em vez de perseguir os adversários individualmente, o técnico apontou para o empurrão de Zuber em Miranda.

 

– Eu aceito falar de todos os outros. Desse aqui de hoje não. É muito claro. Eu não posso falar em cima de uma coisa que foi tão notória assim. Se o cara me pega e empurra o jogador, vou falar o quê? Aí não é posicionamento, aí tem falta – disse o treinador.

– Desse gol eu não aceito a observação em função de posicionamento. Pode ser talvez dos outros.

 

Para o ex-atacante Grafite, comentarista do SporTV na Copa do Mundo, houve, sim, um erro defensivo do Brasil. Em sua avaliação, a distância entre Thiago Silva e Miranda deixou um buraco para Zuber se posicionar livre e cabecear à rede.

 

 

Na última terça-feira, quando questionado sobre esse tipo de jogada, Coutinho saiu em defesa do comandante.

 

– O Tite trabalha muito, ele é muito ligado nos detalhes. Sempre nos treinamentos busca a perfeição das bolas paradas, porque a gente vê que se decidem muitos jogos assim. A gente trabalha bastante – falou o meia, autor do gol brasileiro na partida.

 

Treino de bola parada da seleção brasileira na última terça-feira (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)Treino de bola parada da seleção brasileira na última terça-feira (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Treino de bola parada da seleção brasileira na última terça-feira (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

 

Imagens divulgadas pela CBF mostram que Tite deu atenção à bola parada mais uma vez na quarta-feira, em atividade fechada à imprensa. Até o segundo compromisso da Copa, ele tem um último treino nesta quinta, já em São Petersburgo, palco do duelo do dia seguinte com a Costa Rica. Mais tempo para tentar a perfeição.

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