Rui Car
13/01/2020 14h02

Surto de pacientes em salas de emergências, após a liberação da maconha para o uso recreativo nos EUA

Os médicos dizem que os produtos comestíveis tendem a causar a maioria dos problemas

Assistência Familiar Alto Vale
Por Thaís Garcia - Conexão Política

Por Thaís Garcia - Conexão Política

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Não demorou muito tempo para o aparecimento das consequências negativas das novas leis de liberação da maconha que entraram em vigor nos EUA. Horas depois do ano novo, várias pessoas apareceram nas salas de emergência do estado de Illinois, reclamando de doenças relacionadas à cannabis.

 

O uso recreativo da maconha tornou-se legal no estado de Illinois em 1º de janeiro de 2020, informou a CBN News.

 

Atualmente, nos EUA, 11 estados e Washington D.C., já legalizaram a maconha para uso recreativo para adultos acima de 21 anos. Trinta e três estados legalizaram a maconha apenas para fins médicos.

 

Médicos de Illinois e outras autoridades de saúde relatam um aumento nas visitas às salas de emergências de pessoas que abusam excessivamente da maconha.

 

“Eu trabalhei em vários turnos desde o início do ano novo e estou vendo um incidente relacionado à maconha em quase todos os turnos em que trabalhei até agora”, disse Trevonne Thompson, médico de emergência e diretor de toxicologia da Universidade de Illinois no hospital de Chicago.

 

Thompson observou que os usuários novatos de maconha estão entrando no hospital com a taxa mais alta.

 

“São pessoas que não usam há muito tempo ou que agora estão apenas decidindo experimentá-la porque é legal”, explicou ele.

 

Thompson disse que as variedades mais recentes de maconha de hoje são tipicamente muito mais potentes do que as dos anos anteriores, o que significa que elas contêm porcentagens mais altas de THC, o principal composto psicoativo da maconha que deixa o usuário “alterado”.

 

 

Thompson disse que os sintomas mais comuns são palpitações cardíacas, ansiedade e inquietação, mas podem ser mais graves.

 

“Em alguns casos, estamos vendo de perto psicose, agitação e alucinações”, disse Thompson.

 

Às vezes, os pacientes precisam de sedação, mas cada caso é diferente e a quantidade de cannibis consumida determina em grande parte o tratamento.

 

O estado americano de Illinois não é o único onde há uma onda de visitas a hospitais relacionadas ao uso da maconha, após sua legalização para o uso recreativo.

 

A CBN News informou que de acordo com vários estudos nos EUA, os médicos do estado do Colorado viram quase o triplo do número de casos de emergência induzidos por cannibis, depois que ela foi legalizada para uso o recreativo lá.

 

Os médicos dizem que os produtos comestíveis tendem a causar a maioria dos problemas.

 

Os produtos comestíveis são produtos alimentares que contêm cannibis e são normalmente consumidos em uma taxa mais rápida do que fumar. Exemplos de comestíveis incluem balas de goma e outros doces. O consumo de maconha em alimentos comestíveis geralmente causa um atraso na experimentação dos efeitos do THC, durante os quais o usuário consome mais do produto.

 

“Quando a primeira dose entra em ação, você já tem muito dela em circulação no seu sistema. Você pode entrar em uma situação em que seu corpo contem mais do produto do que gostaria de consumir, e aí começam a surgir os sintomas”, disse Thompson.

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