Rui Car
27/12/2019 15h10 - Atualizado em 27/12/2019 14h15

Relatório chocante revela que pelo menos 1.000 cristãos foram mortos na Nigéria em 2019

Cristãos nas regiões norte e central do país da África Ocidental foram os mais afetados

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Um novo relatório sobre a perseguição à comunidade cristã da Nigéria constatou que cerca de 1.000 fiéis foram mortos por militantes islâmicos apenas em 2019.

 

A Fundação de Ajuda Humanitária (HART), liderada por um membro da Câmara dos Lordes britânica, a Baronesa Cox, revelou que os cristãos nas regiões norte e central do país da África Ocidental foram os mais afetados.

 

“As milícias islâmicas Fulani continuam a se envolver em uma política agressiva e estratégica de apropriação de terras em Plateau, Benue, Taraba, Kaduna do Sul e partes do estado de Bauchi”, revela o relatório, intitulado “Sua Terra ou Seu Corpo”.

 

“Eles atacam aldeias rurais, forçam os moradores a sair de suas terras e se estabelecem em seu lugar – uma estratégia que é resumida pela frase: ‘sua terra ou seu sangue’”.

 

Segundo a HART, o número exato de cristãos mortos pelos terroristas muçulmanos do Boko Haram e da tribo Fulani era desconhecido, embora os dados sugiram que o número fique em torno de mil pessoas durante o ano de 2019. A organização acredita que cerca de 6.000 foram mortos desde 2015 e mais 12.000 foram deslocados.

 

“Em todas as aldeias, a mensagem da população local é a mesma: ‘Por favor, ajude-nos! Os Fulanis estão chegando. Não estamos seguros em nossas próprias casas’”, diz o relatório.

 

Os pastores nômades de rebanhos da tribo islâmica Fulani “procuram substituir a diversidade e a diferença por uma ideologia islâmica que é imposta com violência àqueles que se recusam a cumprir”, disse a Baronesa Cox ao Instituto Cristão.

 

“É, de acordo com a Câmara de Representantes da Nigéria, genocídio.”

 

Testemunhando sua experiência, um pastor nigeriano local disse que ataques de terroristas muçulmanos estavam se tornando uma ocorrência diária.

 

“Todos os dias carregamos novos cadáveres para o cemitério. Eles matam fazendeiros. Eles destroem nossos lares e igrejas. Eles sequestram e estupram mulheres”, explicou o pastor nigeriano.

 

Em uma tentativa de ajudar a mudar a situação da comunidade cristã nigeriana tão perseguida, a Baronesa Cox implorou ao Ministério das Relações Exteriores britânico “para garantir que o governo nigeriano tome medidas efetivas para proteger todos os seus cidadãos e para prestar contas daqueles que cometem atrocidades”.

 

Nigéria

A Nigéria é um país onde vivem 80 milhões de cristãos, que nas últimas décadas têm sido regularmente confrontados com o terror da organização terrorista islâmica “Boko Haram” e dos nômades muçulmanos Fulanis.

 

Entre 2006 e 2016, cerca de 15.500 cristãos foram mortos por ataques terroristas destes grupos; e cerca de 13.000 igrejas foram destruídas no país.

 

Só em 2015, mais de 4.000 pessoas foram mortas. A maioria das mortes é resultado de assassinatos cometidos pelo grupo terrorista Boko Haram, que é principalmente ativo nos estados do norte do país africano.

 

E em 2018, mais de 1.700 cristãos foram mortos por terroristas muçulmanos Fulanis no país.

 

Em um artigo ( “Nigéria – O Choro no escuro” ), publicado pelo Conexão Política em março deste ano, é possível ler inúmeras atrocidades que os cristãos nigerianos vêm sofrendo ao longo dos anos nas mãos de terroristas muçulmanos.

 

Dentre os ataques mais severos, o sequestro das meninas do Chibok é o principal, mobilizando o governo nigeriano e repercutindo na mídia internacional.

 

Em 14 de abril de 2014, o Boko Haram, principal grupo extremista islâmico da Nigéria, invadiu o vilarejo de Chibok e sequestrou 276 meninas. Tudo ocorreu na Escola Secundária de Chibok. A maioria das meninas era cristã. Cerca de 219 jovens foram, então, levadas em caminhões, enquanto a escola era incendiada.

 

Exatamente 57 delas conseguiram escapar logo após o sequestro. Ao longo do tempo em cativeiro, outras também fugiram, até que em outubro de 2016 e maio de 2017, o Boko Haram libertou algumas. No entanto, o presidente da Associação de Pais do Chibok, Yakubu Nkeki Maina, afirma que ainda há 112 meninas cristãs cativas e ninguém sabe quantas delas permanecem vivas.

 

Após 5 anos, estas meninas ainda têm pais, amigos e vizinhos que se importam e que as aguardam com esperança.

 

A comunidade internacional precisa voltar os olhos para este país e frear a violência contra os cristãos.

 

A igreja da Nigéria pede para que os cristãos continuem orando por todos os perseguidos por sua fé em Cristo.

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