Rui Car
27/12/2019 14h13

Carla Diaz comenta cena mais difícil em filme sobre Suzane von Richthofen

O longa é inspirado no crime que parou o Brasil em 2002

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Dois mil e vinte promete ser de fortes emoções para Carla Diaz.O ano em que ela vai completar 30 anos de idade será o mesmoem que ela fará a sua primeira protagonista. A atriz estará nas salas decinema, logo no primeiro semestre, como Suzane Von Richthofen,no filme “A menina que matou os pais”, de Maurício Eça.

 

O longa é inspirado no crime que parou o Brasil em 2002, quando os irmãosCravinhos assassinaram o casal Manfred e Marísia com a ajuda da própria filhadeles, Suzane, na época namorada de Daniel. Reproduzir essa história, dizCarla, foi desafiador, sobretudo, na hora de gravar a sequência do tribunal.”Foi o momento em que mais tive que me distanciar do meu julgamentopessoal para interpretar com veracidade essa personagem”, conta a atriz,na entrevista abaixo.

 

O GLOBO – Você recebeu muitas críticas por interpretar Suzane vonRichthofen? Como lidou com isso?

Não. Surgiu essa fake news, e muitas pessoas acreditaram. O que foi questionado, na época, foi o tema do filme, obviamente por ser uma históriareal e que chocou o Brasil. As opiniões foram divididas sobre o porquê decontar, nos cinemas, um caso desses, que aconteceu com uma família. Enfim, cadaum pensa de uma forma. Isso é a democracia, e cabe a todos nós respeitarmos unsaos outros.

 

Por que, na sua opinião, essa história merece ser representada no cinema?

Acredito que todo tipo de história pode ser contado nos cinemas. Ainda mais uma que se tornou um caso estarrecedor, mexendo com todos nós na época. Lembro como se fosse hoje. Não parava de me perguntar por qual motivo alguém faria aquilo. Acredito que há uma curiosidade das pessoas em conhecer melhor a mente humana e o que leva alguém a cometer uma tragédia. Não é à toa que vemos várias obras desse tipo sendo produzidas pelo mundo todo.

 

Qual foi a cena mais difícil? Pode nos contar um pouco?

Acho que a sequência mais intensa foi a do tribunal, onde toda a trama é narrada. Gravamos nas últimas semanas do filme e ali caiu a ficha de todos nós da equipe. Ficamos muito emotivos com os depoimentos, que são os mesmos do caso real. Aliás, o roteiro todo é baseado nos autos do processo. Foi o momento em que eu mais tive que me distanciar do meu julgamento pessoal para interpretar com veracidade essa personagem.

 

Como se preparou para o papel? Qual foi o maior desafio?

Meu maior desafio foi ter aceitado o papel. Toda personagem é um desafio para nós atores e, claro, por se tratar de uma história real e que chocou a todos os brasileiros, por sua barbárie, o respeito e a responsabilidade ainda são maiores. Minha preparação começou quando soube que ia fazer o teste para a produção. Li, reli várias vezes sobre o caso, vi entrevistas dela para tentar absorver o seu jeito de falas e de postura. Depois, quando soube que a personagem era minha, tivemos vários workshops com especialistas no caso, como a Ilana Casoy que é criminóloga e escritora, que acompanhou essa história de perto, desde as investigações, a reconstituição do crime, até o julgamento, e hoje ela é autora dos nossos filmes junto com o Raphael Montes. Tivemos ummaterial muito importante nas nossas mãos para estudo, em vídeos, áudios,documentos, tudo baseado nos autos do processo do caso real. Fora isso, também tive a Larissa Bracher como preparadora, que junto com o Maurício Eça, nosso diretor, pudemos construir essa personagem sob duas versões, já que um filme conta o ponto de vista dela e o outro do olhar de Daniel Cravinhos, seu namorado na época.

 

Com a virada do ano, começam os preparativos para o carnaval, que você adora. Vai desfilar esse ano?

Realmente amo carnaval e amo minha Acadêmicos do Grande Rio. Porém, esse ano não vou desfilar por causa do trabalho e também pela divulgação do filme que já estreia logo mais.

 

Você vai fazer 30 anos em 2020. É uma idade simbólica para você? Porque? Você espera realizar algo?

Uau! Bem lembrado! Dois mil e vinte vem com tudo para mim. A chegada dos meus 30 é realmente simbólica, porque acredito ser uma idade de mudanças, e também terá a estreia dos filmes “A menina que matou os pais” e”O menino que matou meus pais”, em que faço a primeira protagonista. Espero algumas realizações, dentre elas, levar muitas pessoas ao cinema.

 

Aliás, qual o seu maior desejo pessoal para 2020?

Continuar com saúde para dar vida a novas personagens.

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