Homens mais velhos e casados poderão se tornar padres em regiões remotas da Amazônia, é o que recomenda um documento emitido pelo Vaticano nesta segunda-feira (17).
Esses homens, que hoje só podem ser reconhecidos como diáconos, poderão ter um ministério. A preferência é que sejam homens de ascendência indígena.
“Afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para as áreas mais remotas da região, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã”, diz o documento.
Essa é a primeira vez que o Vaticano cogita que homens casados possam se tornar padres. A decisão, porém, é referente a regiões remotas, onde o documento também se mostra interessado em conferir algum ministério às mulheres.
Segundo Dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima, essa decisão atende as necessidades das próprias comunidades e poderá oferecer aos povos distantes da Amazônia o acesso à eucaristia.
“Teremos a possibilidade maior de ministros ordenados nas próprias comunidades, e, assim, maior frequência das celebrações eucarísticas”, declarou o bispo que também é vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em entrevista ao G1.