Rui Car
23/05/2019 14h25

Cerca de 85% das preocupações não se tornam realidade

Livro explica que temos o costume de focar nossa atenção no cenário mais trágico, que nem acontece

Assistência Familiar Alto Vale
Portal Minha Vida

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preocupação é um sentimento que faz parte da nossa vida e pode ser entendido como um estado de alerta que serve como defesa do ser humano para ajudar na prevenção de riscos. Porém, o excesso de preocupação pode gerar privação de vida, pessoal, social, familiar e profissional.

 

 

No entanto, de acordo com o livro , de Robert L. Leahy, que na versão em português pode ser encontrado como “Como Lidar com as Preocupações: Sete Passos para Impedir que Elas Paralisem Você”, cerca de 85% das preocupações que as pessoas têm não se manifestam.

 

Isso porque, segundo o autor, quando nos preocupamos com alguma coisa levamos em consideração, na maioria das vezes, o pior cenário e deixamos de considerar outras possibilidades.

 

O resultado foi obtido a partir de um experimento feito por Leahy. Nele, ele solicitou a alguns voluntários que escrevessem sobre suas principais preocupações. Uma das entrevistadas disse que seu maior temor era o de não conseguir pagar suas contas.

 

Em seguida, solicitou que escrevesse qual seria o cenário mais provável e o mais otimista para aquela situação. O autor informa, que pensar em outras possibilidades pode ajudar a diminuir o potencial das preocupações.

 

 

Além disso, Leahy explica que pensar sempre no pior cenário abastecemos nossa mente com finais trágicos e essas histórias, por serem mais fáceis de lembrar, tornam-se pensamentos mais acessíveis, passando a impressão de que são reais. O motivo disso, de acordo com o autor, é que quando falamos sobre um evento negativo, nos colocamos em uma história. Da mesma forma, se há intenção de obter um resultado positivo, o ideal é encontrar uma história que leve até ele.

 

No caso da voluntária que tinha medo de não conseguir pagar suas contas, a história que ela mentalizou foi a de fazer uma reserva e prestar mais atenção aos gastos. Ao colocar esses preceitos em prática, sua confiança em relação às próprias finanças foi aumentando.

 

Semanas depois, ao olhar suas primeiras anotações, foi percebido que apenas 15% das previsões destacadas havia se concretizado e, no caso, a que se concretizou foi a de que ela precisou parcelar a fatura do cartão de crédito.

 

O livro “The Worry Cure: Seven Steps to Stop Worry from Stopping You”, de Robert L. Leahy tenta mostrar com exemplos práticos que mais importante do que nos preocupar com nossas questões é tentar refletir sobre elas à luz da racionalidade, colocando nossas preocupações em perspectiva e enxergando outras possibilidades mais reais e menos trágicas.

 

Como se preocupar menos

A psicóloga Raquel Baldo, que também é especialista Minha Vida conta que para reduzir ou controlar este excesso de preocupação é preciso primeiramente entender com que se preocupa e quando acontece tal preocupação. Ela também orienta a buscar entender se a preocupação está relacionada a alguma experiência vivida ou a medos fantasiados.

 

 

Na visão da psicóloga Amábile Rodrigues Siqueira, programamos nossas atividades e comportamentos para que não tenhamos problemas. É importante dizer que esse tipo de prevenção não é um problema grave, porém, há casos em que e necessidade de esquiva é tão intensa que o problema que se está tentando evitar já se tornou uma ansiedade antes mesmo de acontecer.

 

“Se você sente o excesso de preocupações, uma ótima alternativa é saber diferenciar quando a preocupação é produtiva ou improdutiva, ou seja, quando se pode fazer algo a curto prazo em relação a ela ou não há nada que dependa de você para evitar que esta se torne um problema”.

 

Ela exemplifica dizendo que se uma pessoa combina um passeio com um amigo, vai ao ponto de ônibus com antecedência necessária para chegar na hora marcada e o ônibus demora mais do que esperado, é comum ficar preocupado.

 

No entanto, ela explica que esse tipo de preocupação é improdutiva, pois estar no ponto de ônibus em tempo era tudo que podia ser feito até o momento.

 

“Estar preocupado em chegar logo não altera se irá chegar mais ou menos rápido ao local, irá apenas desencadear as reações fisiológicas do estresse que são altamente prejudiciais a sua saúde a longo prazo. Se há preocupação com a pessoa que lhe espera pode ser produtivo avisá-la, mas será improdutivo continuar a “remoer” preocupações após isto”, completa.

 

 

Sendo assim, quando há uma preocupação, não devemos ignorar o fato fingindo que ele não existe, mas tentar pensar em alternativas que permitam que nosso emocional não se altere diante dos efeitos do cotidiano.

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